Aquecimento


(Insira frase engraçadinha de saudações aqui)

O fim do filme é o fim de uma vida, bem dizia o sanguinolento diretor Sam Peckinpah. Não se pode evitar o vazio depois que algo em que investimos tanto tempo de nossa vida chega ao final. Fazia treze anos que eu não acompanhava uma novela, e para a reestreia fui escolher justo a mais mal-falada da década. Nove meses escravizado dentro de casa à noite, sem me dar o direito de sair… É, algumas coisas não mudam.

Sendo mais analítico a respeito, ainda não sei dizer se foi uma jornada proveitosa do início ao fim. Depois de vários capítulos, descobri um macete no mínimo improvável: Nessa trama, hipoteticamente não importa a ordem em que as cenas fossem postas, a história ainda assim faria sentido. Aparentemente, nenhum acontecimento dependia de outro para ter sustentação. Reclamaram da falta de um vilão, ou no mínimo de alguém maluco para dar um gás na história, mas, pelo que eu entendi, Mr. Maneco não é lá muito fá de saídas fáceis –apesar do final…- com personagens maus até a alma. Se bem que a fome que a personagem de Zé Mayer tinha pela personagem de Giovana Antonelli me pareceu um lance deveras psicótico. Cara, os olhos atravessados e o sorrisinho maroto dele quando se encontravam NÃO SÃO NORMAIS!

Passei a trama toda torcendo pelo suicídio da pinguça vivida por Bárbara Paz – Afinal de contas, é duríssimo de engolir que TODO alcoólatra de novela se safe no final. Falando em duro de engolir, quem mais deu um ‘valha-me Deus’ quando o bandido, pai da Rafaela ‘filha do Chucky’, morreu MUITO antes do fim da novela? Pensa só nas possibilidades… Se ele estivesse vivo, poderia ter sequestrado a menina e levado pra algum morro- talvez o mesmo do casalzinho-bandido da novela, e poderiam ficar uma semana embromando para resgatá-la, fazendo um lance parecido com o que aconteceu com a Eloá.

Falando no núcleo favelado, foi uma tremenda rasteira do Mr. Maneco na audiência, que torcia pela regeneração do delinquente oficial da novela! Até agora não digeri aquela emboscada sem sentido onde ele tomou uma saraivada de tiros e se afogou no próprio sangue.

Mas apesar dos tropeços, achei louvável a decisão de ele reunir o ex-marido mulherengo e a ex-mulher bruxinha no final. Por mais implausível que a ideia pareça, essa foi uma prova de que dá pra superar desavenças, e que se as pessoas estiverem dispostas a dialogar, muitas teriam outra chance antes de enfiar os papeis de divórcio pela garganta do cônjuge.

BTW, acho que a próxima novela não conquistará minha assiduidade. Há sempre muita pretensão e até certo sabor de vingança quando inventam um núcleo italiano pras tramas…

Bom divertimento!

3 Respostas

  1. Pela foto, a mensagem engraçadinha poderia ser: a vida se resume em duas coisas, internet e internetar. O outro verbo, relativo ao vaso sanitário, será conjugado sem nenhuma convicção ou consciência.

  2. Finais de novela SEMPRE são previsíveis e seguindo o clichê mór à risca: Todo mundo sai feliz e todas as merdas entram nos eixos…

    E vindo do Manel Carlos, era de se esperar!

  3. Concordo contigo se o cafa da personagem do Zé Mayer pode se safar no final, sendo um pai omisso e cretino que nunca
    deu
    assistência ao filho bastardo bonitão, o marginal do morro
    poderia muito bem ter a sua redenção.

    O final da novela eu vi. rsrs
    beijos

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